segunda-feira, 30 de agosto de 2010

André Lira

                 
                  Manhã


Janelas explodem ao toque da brisa

Da manhã que chega repentinamente

Abrindo caminho sem olhar onde pisa

Fazendo fugir a escuridão displicente.



O orvalho da noite que se foi depressa

Se joga ao chão como o pranto incontido

Molhando a terra como quem regressa

Após o sono de um dia recém nascido.



A natureza sintoniza-se com a música matutina

Dos pássaros que entoam odes em sibilos

Evocando a vida que renasce e se descortina

Em formas e cores nos campos e silos.



O alvorecer chega sempre tempestuoso

Sem poupar a escuridão que reluta em fugir

Para dar lugar ao dia que caminha majestoso

Derrotando as trevas sem um golpe desferir.

 
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