domingo, 8 de agosto de 2010

Gustavo Pedrosa

       Poema em destruída gestação




Poesia esmagada por mãos

Aflitas, instigadas pelo álcool

Corrediço de portas sem trancas


Lançada em guardanapo

Sobre um chão duro de paralelepípedo

Poesia escrachada pela verve pietrowagneriana


A hora de arriscar talvez merecesse mais belos versos

Rebuscadas palavras

Um pouco mais de classicismo


Os versos agora rotos, encharcados pela chuva da madrugada

Levados pela água que lavou a rua

E levou os bêbados junto


Os versos do que fora um poema de um sábado fora de hora

De solidão equivocada na cidade natal

São lembranças pálidas de um mente cansada


Do homem que as mulheres procuram,

O companheiro, o amante, o não perfeito,

O não príncipe, o íntegro


Que abre os seus ouvidos e usa a sua mente

Para processar o que escuta

E amadurecer.




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