Oficina literária aos desavisados poéticos
Da literatura já se falou tudo
De mim ninguém falou absolutamente persona grata
Apesar de poeta, cantor lírico e halterofilista
Na casa das polaicas imortais urinei nas letras e nos prêmios
Em latrinas de prata, riscando assim meu nome na espera das ressurreições editoriais.
No zimbório pós-moderno vivo em banho Maria na panela ardente da (de) pressão
Não tenho ao lado um amigo Antônio no piano de cauda de pavão
Nem Carlos o gauche na vila de ferro com seus bois da memória
Antologias em tempos de secas e jias pós-graduação do sertão
Na porteira tenho um amigo com uma sede de leopardo
Lascívia vida leonardiana num percurso absurdo
Com J.C. Marçal
O que se extrai do mar literário além do sal dos rascunhos
E dos frêmitos das vacas sagradas das palavras cruzadas
Apanhadas nos secretos gestos onomásticos das amadas.
Tardes e noites poéticas
Escrever poesias em conchas acústicas
Quem as lerá?
Os desavisados vanguardistas de passagem por Passargada
Na reengenharia da vagabundagem – os versos atilhados na fealdade
Em enálages de ruas onde estão proibidos de estacionar.
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sábado, 31 de julho de 2010
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Lembro de Fernandinho me apresentando este poema num daqueles barzinhos embaixo do seu apartamento. Declamando e gargalhando como sempre. Sabia que tinha acertado. Um brinde, meu velho. Léo.
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