Grande hotel
Pequeno, limpo, acanhado,
Empurra, com relutância, o vento de suas esquinas
E ali se posta, calado
Não reparei se consegue espiar o mar;
Acho que não;
Não o vi, saudoso, como quem avista navios
Nem assombrado como quem se ofusca
No espelho branco do chão
Antes o vejo como menino ingênuo e pacato
Ou como velho e doce professor aposentado
A pastorar a decadência sem fim das horas de torpor
Que escorrem pelos becos escaldantes
Triturando os ossos da tarde e bebendo o seu suor.
Os seus corredores, no entanto, espantam
De tão jovens e caiados
Ali não se ouvem vozes,
Não ressoam passos e nem se lembra a dor
Das cortinas queimadas na explosão
Diária do sol
Vai chamar Humphrey Bogart, menino,
Aquele ali, de costas, em frente à porta
Do elevador.
.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário