O cerzidor
Eu cerzi minha memória e minha fome,
minha alma de intenções e descobrimentos,
e por vezes caí cheirando frutos,
podei a videira, lavrei a terra úmida,
ocre, plena de seiva. E fiz por minha dor;
eu cerzi minha memória e minha fama.
E não seria tarde se eu acolhesse
em minhas mãos um simples pomo
e se eu comungasse com o vento
em seu ater-se e seu soprar de rogo fácil,
colheria uma cura para alma enfermiça.
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segunda-feira, 5 de julho de 2010
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