segunda-feira, 5 de julho de 2010

Flávio Minno

          O cerzidor




Eu cerzi minha memória e minha fome,

minha alma de intenções e descobrimentos,

e por vezes caí cheirando frutos,

podei a videira, lavrei a terra úmida,

ocre, plena de seiva. E fiz por minha dor;

eu cerzi minha memória e minha fama.

E não seria tarde se eu acolhesse

em minhas mãos um simples pomo

e se eu comungasse com o vento

em seu ater-se e seu soprar de rogo fácil,

colheria uma cura para alma enfermiça.



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