Como pode o sol
Divertir com tanta luz
O dia
E este mar com cascalho, areia e espuma
Estas crianças
E homens em guarda-sóis
Com cervejas, peixes, crustáceos
Estas mulheres em biquínis e chapelões
Com tantos assuntos
Como pode o horizonte
Recebendo barcos e lanchas
Continuar a festa
E não fechar-se num círculo súbito
E os pélagos recalcitrarem suas ânsias
De ventania e tempestade
Como os pescadores
Coletando gordos bagres em seus molinetes
O esforço das raquetes nas esferas dos músculos
E ainda a tentativa de liberdade das pipas
O suor antigo dos ambulantes
Em sinal de insistência em continuar
Da vida
Era lua e eu lembro
Cheia
E o oceano tomara a praia com fúria
Arrastando coqueirais
Desfazendo diques
Destruindo casas
Tarde demais para ser verão
Ou mesmo inverno
Tarde demais para qualquer estação
O que era para ser amor buscava sua cura
Como
O sol nasceu quando tirei os olhos das lágrimas
Ou já estava lá?
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
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