Eis, em tua alma
eis, em tua alma, a resina dos cedros
daqueles que se abeiram dos rios
e bebem, na esponja da terra, as suas águas vivas
eis o teu legado:
o teu sozinho
e este medo arrumado com cuidado nos vãos dos teus pulmões
e nas caves soterradas dos teus vinhos
eis, no rumorejar do teu sangue,
um silêncio que desliza vazio;
no espelho deste silêncio uma nave extremada a procura de ventos
eis o teu nome posto entre duas madrugadas
hóstia vermelha consagrada
aos mortíferos venenos
que em tu alma
crescem e se espedaçam
entre zunidos
de lentos sóis de prata
quentes, vivos e macios
introduzindo suas vozes em brasa na névoa do teu estio
sexta-feira, 11 de junho de 2010
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