Poema para os senhores Neves e Marçal
De manhã tomo meus remédios com um cappuccino
e começo refém do roteiro tragicômico do dia,
com seus obstáculos reais e muitos ainda imaginários.
E se assim começa o dia, como não preferir a noite?
Os senhores poderão atribuir à preguiça
o fato de eu não conseguir encarar o Ulisses,
mas é que neste plano é-me mais prazeroso
o onírico, o notívago fardo Finnegans Wake.
Em Ulisses, para mim, os labirintos sombrios,
o espanto, como meu espanto matinal cotidiano,
eu sei que Ilegível e absurdo é mesmo meu dia.
Porém há no outro um espelho menos denso,
talvez como este poema, demais extenso,
que, desnecessário, fala tanto para dizer tão pouco.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
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Gostei do poema; sarcasmo com a odisséia cotidiana que transmuta experiencias estéticas em absurdos arrogantes. É preciso malograr a rotina senão mais que espelho, ela vira nosso reflexo. Falou Minno? Valeu. Léo
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