AQUI
nesta cidade raquítica,
de gente maleva,
de bandidos atormentados;
nesta cidade enferrujada no mundo,
como um imenso velho cadeado fechado;
entre povos de voz alambicada
e mulheres de ventres cansados de parir;
entre sertanejos de fraques e cachecóis;
OUÇO:
ainda bem,
ainda,
o delicioso aboio do sexo,
em automóveis aerodinâmicos,
em viadutos;
o ranger suado e cru,
em boates caras,
em hotéis de duas horas (ou de pernoite)...
Oh, local notável!
Oh, esplêndido local!
Inexprimível consciência
(a minha),
sob um sol inabitável,
a cantar versos à capela,
sobre a solidão das pontes.
Cidade raquítica,
hei de conhecer o pecado de tuas mulheres todas,
de me intoxicar no teu léxico em dias transtornados,
enquanto haverá os tristes pelos mortos
de vida Severina.
E à noite,
quando a lua bizarra for apenas o resíduo das luzes,
e os últimos bacuraus arrastarem suas tripulações bestiais
aos Infernos,
darei passeios esguios em teu pasto,
saberei da calma à marga calma,
viverei de festas opulentas,
e um dia morrerei,
aqui,
como um samurai.
.
domingo, 25 de julho de 2010
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