segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Jeanne Araújo

          JURAMENTOS



Um dia meu pai disse:

- Espera que eu volto

pra consolidar o nosso amor.

E minha mãe envolveu-se

em delicadas nuvens de espera.

Como flor, lírio, crisântemo,

tricotando o mesmo casaquinho

que um dia deixou sem terminar

foi se fazendo bonita e extensa.

O olho na janela,

na esquina da rua,

na carta interminável,

a espera caduca.



Mãe, você foi abençoada.

Eu?


Eu não acredito em juramentos.

.

Um comentário: