não há nada de concreto aqui
nos espirais da fala
nada de cataclismos inoperantes
nada nesta massa dodecafônica
nesta casa de vespas
apenas uma combustão de signos sagitários
um vinho de abstração e letargia
entre sóis de espátulas e músculos decompostos
entre os sóis de algoritmos
eis a nova casa dissonante
o séqüito das chuvas polissêmicas sobre o corpo
as musculaturas dementes
a taquicardia nas camisas de esperança
nos mares adultos contidos nesta prisão
não há nada de concreto aqui
nas paredes angulosas desta representação
nada de cataclismos inoperantes
apenas a expiação dócil dos nervos
apenas este mel dos clavicórdios
esta fala de arritmias
esta flor fabricada
esta flor de maceração líquida
porém há algo
contudo há algo de inóspito nos frutos sonoros
na carne da tua derrisão
há algo na engenharia das peles fibráceas
os pequenos escândalos
as orquestras do azimute
as plurificações dos equinócios
as assinaturas volantes
as vespas incontidas na descarnação dos discursos
há algo na engenharia dos angiospermos
não há nada de concreto aqui
assim ensina a toxicologia das falas
assim ensina a educação inoperante dos cataclismos
os verbos dos heliantos
não há nada nesta massa sonante de sortilégios
a não ser a tauromaquia da servidão
a tauromaquia dos labirintos
o sol febril das cadências
a marcha ossiânica
o branco agônico da decantação lírica
o teatro das vespas
não há nada de concreto aqui
terça-feira, 18 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário