terça-feira, 25 de maio de 2010

Réquiem para Fernandinho Figuerôa por Leonardo Neves

A gargalhada era um grito trincando o gelo das paredes sem portas


Sem janelas



O sono era uma galhofa para colocar mais escuridão na tão solitária noite

Das noitadas



Nunca o riso ou repouso

Pois mesmo se houvesse saída

Ainda

Permaneceria

No beco



Ainda

Permaneceria

No cais

Enquanto o navio partia

Com a biblioteca

Única

Bagagem



Ainda

Permaneceria

No bar do velho mercado

Perambulando nos sebos

Escondendo a verdade pelos cabarés



Ainda permaneceria

Até perder a consciência



Bastardo filho-de-uma-mãe

Quase virgem

Nunca imaginou os caminhos que teria de percorrer

Ou que o grande fela da puta

Terminaria por escrever um Requiem

Um maldito requiem



Para somente então

Sorrir

E dormir

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