A gargalhada era um grito trincando o gelo das paredes sem portas
Sem janelas
O sono era uma galhofa para colocar mais escuridão na tão solitária noite
Das noitadas
Nunca o riso ou repouso
Pois mesmo se houvesse saída
Ainda
Permaneceria
No beco
Ainda
Permaneceria
No cais
Enquanto o navio partia
Com a biblioteca
Única
Bagagem
Ainda
Permaneceria
No bar do velho mercado
Perambulando nos sebos
Escondendo a verdade pelos cabarés
Ainda permaneceria
Até perder a consciência
Bastardo filho-de-uma-mãe
Quase virgem
Nunca imaginou os caminhos que teria de percorrer
Ou que o grande fela da puta
Terminaria por escrever um Requiem
Um maldito requiem
Para somente então
Sorrir
E dormir
terça-feira, 25 de maio de 2010
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