acordada pelo sol uma ave olha o dia aumentar as casas
as asas abrindo sombreia a pedra onde pousou o seu cansaço
pisa a pedra, olha o dia, contrai as garras,
e num abraço pássaro vê a terra despegar-se de seus passos
ave que é, leva nas asas a razão das nuvens
e o sentido da pedra nas garras
mas os olhos, os olhos os têm para que a terra
esteja azul abaixo, azul e esfera
não é mais que ave
mas esta ave vê a sombra do dia
cortar os vales e as vias
e, cheia de sol, vê os panos,
que a noite guardou na umidade,
embranquecer os varais
vê também o último frio fugir da noite
indo fazer acesos os fornos da manhã
para que se aqueça o pão e a mão que o consome
espera pelas janelas quando se abrem
porque abrem-se com elas sons e gente
espera pelas janelas para que delas voe
do último sono o primeiro perfume
e tudo vê a ave no seu vôo amanhecido
vê os sinos chamarem as orações
vê o dia estender os abraços
vê as mesas balançarem os pratos
vê, e quando vê, um sim imenso
diz que o dia vai com ela pelo espaço
terça-feira, 18 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário